1- Uma verdade Inconveniente – Al Gore
O documentário é essencialmente uma
versão em película do slide-show que Gore vem exibindo desde 1978 sobre a
sistemática destruição do meio ambiente, devido ao dióxido de carbono preso na
atmosfera terrestre. Segundo Gore, o debate está terminado. A comunidade
científica concorda que o planeta está aquecendo e os responsáveis somos nós.
Os efeitos têm sido e serão ainda mais catastróficos. Em sua palestra, Gore
apresenta dados factuais que as calotas polares estão derretendo, o nível dos
oceanos está subindo e o clima vem apresentando mudanças drásticas de
comportamento. Isso tudo resulta numa constância de furacões, enchentes, seca,
praga de insetos e epidemias. O efeito no futuro será um caos político,
econômico e social.
Ele emprega gráficos com mapas de
estatísticas atmosféricas sobre milhões de anos lado a lado com fotografias da
Patagônia, do Kilimanjaro, dos Alpes e da Antártida, entre outros locais, para
revelar o impacto produzido pelo homem durante anos no meio ambiente. Chega a
mostrar a diferença do que foi noticiado pelos os veículos de mídia
norte-americanos e os cientistas sobre as causas do Furacão Katrina.
Albert
Arnold "Al" Gore Jr. (Washington,
31 de Março de 1948) é um político americano que foi vice-presidente durante a
administração de Bill Clinton, entre 1993 e 2001. É membro do Partido
Democrata. Em 2000 concorreu à presidência dos Estados Unidos e perdeu, em uma
eleição marcada por contagem polêmica dos votos, para George W. Bush, apesar de
ter tido mais votos populares, já que Bush obteve mais delegados no colégio
eleitoral.
Em 2006, lançou An Inconvenient Truth
(Uma Verdade Inconveniente), documentário sobre mudanças climáticas, mais
especificamente sobre o aquecimento global, o qual se sagrou vencedor do oscar
de melhor documentário em 2007. Trata-se de um filme bastante didático, que
mostra através de gráficos, fotos e estudos o problema do aquecimento global.
Há a claríssima intenção de alertar o público dos problemas pelos quais o
planeta passa, mas pode-se notar uma dedicação maior para que mais
especificamente o público americano preste atenção nisto.
Al Gore é um ativista ecológico, tendo
escrito três livros, A Terra em Balanço: Ecologia e o Espírito o (Augustus,
1993, 452 páginas), Uma verdade inconveniente (Manole, 2006, 328 páginaHumans) e
"O Ataque à Razão" (Best-Seller do New York Times) (2007, 327 páginas).
Em fevereiro de 2007, Al Gore e o presidente da empresa Virgin, Richard
Branson, lançaram uma competição que dará 25 milhões de dólares (cerca de 18
milhões de euros ou R$ 50 milhões) para o cientista que apresentar a melhor
proposta para 'limpar o ar' do planeta, ou seja, diminuir as quantidades de
dióxido de carbono na atmosfera.
Al Gore recebeu o Nobel da Paz em
2007, junto com o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas da
ONU, "pelos seus esforços na construção e disseminação de maior conhecimento
sobre as alterações climáticas induzidas pelo homem e por lançar as bases
necessárias para inverter tais alterações".
2- Encontro com Milton Santos
Milton Almeida dos Santos - 3 de maio
de 1926 – 24 de junho de 2001 - foi um geógrafo brasileiro. Apesar de ter se
graduado em Direito, Milton destacou-se por seus trabalhos em diversas áreas da
geografia, em especial nos estudos de urbanização do Terceiro Mundo. Foi um dos
grandes nomes da renovação da geografia no Brasil ocorrida na década de 1970.
Enquanto estudante secundário e
universitário marcou presença na militância política de esquerda. Formado em
Direito, não deixou de se interessar pela Geografia, tanto que fez concurso
para professor catedrático no Colégio Municipal de Ilhéus. Nesta cidade, além
do magistério desenvolveu atividade jornalística, estreitando sua amizade com
políticos de esquerda. Nesta época, escreveu o livro Zona do Cacau,
posteriormente incluído na Coleção Brasiliana, já com influência da Escola
Regional francesa.
Em 1958, concluiu seu doutorado na
Universidade de Strasburgo, na fronteira da França com a Alemanha. Ao regressar
ao Brasil, criou o Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais, mantendo
intercâmbio com os mestres franceses. Após seu doutorado, teve presença
marcante na vida acadêmica, em atividades jornalísticas e políticas de
Salvador. Em 1961, o presidente Jânio Quadros o nomeia para a subchefia do
Gabinete Civil, tendo viajado a Cuba com a comitiva presidencial - o que lhe
valeu registro nos órgãos de segurança nacional após o golpe de 1964.
Em função de suas atividades políticas
junto à esquerda, Milton foi perseguido pelos órgãos de repressão da ditadura
militar. Seus aliados e importantes políticos intervieram junto às autoridades
militares para negociar sua saída do país, após ter cumprido meio ano de prisão
domiciliar. Milton achou que ficaria fora do país por 6 meses, mas acabou
ficando 13 anos. Milton começa seu exílio em Toulouse, passando por Bordeaux,
até finalmente chegar em Paris em 1968, onde lecionou na Sorbonne, tendo sido
diretor de pesquisas de planejamento urbano no prestigiado Iedes.
Permaneceu em Paris até 1971, quando
se mudou para o Canadá. Trabalhou na Universidade de Toronto. Foi para os
Estados Unidos, com um convite para ser pesquisador no Massachusetts Institute
of Technology (MIT), onde trabalha com Noam Chomsky. No MIT trabalha em sua
grande obra O Espaço Dividido. Dos EUA viaja para a Venezuela, onde atua como
diretor de pesquisa sobre planejamento da urbanização do país para um programa
da ONU. Neste país manteve contato com técnicos da Organização dos Estados
Americanos. Estes contatos facilitaram sua contratação pela Faculdade de
Engenharia de Lima, onde foi contratado pela Organização Internacional do
Trabalho(OIT) para elaborar um trabalho sobre pobreza urbana na América Latina.
Posteriormente, foi convidado para
lecionar no University College de Londres, mas o convite ficou apenas na
tentativa, já que lhe impuseram dificuldades raciais. Regressa a Paris, mas é chamado
de volta à Venezuela, onde leciona na Faculdade de Economia da Universidade
Central. Segue, posteriormente para Tanzânia, onde organiza a pós-graduação em
Geografia da Universidade de Dar es Salaam. Permaneceu por dois anos no país,
quando recebeu o primeiro convite de uma universidade brasileira, a
Universidade de Campinas. Antes disso, regressa à Venezuela, passando antes
pela Universidade de Colúmbia de Nova Iorque.
No final de 1976, houve contatos para
a contratação de Milton pela universidade brasileira, mas não havia segurança
na área política e o contato fracassou. Em 1977, Milton tenta inscrever-se na
Universidade da Bahia, mas, por artimanhas político-administrativas, sua
inscrição foi cancelada. Ao regressar da Universidade de Colúmbia iria para a
Nigéria, mas recusou o convite para aceitar um posto como Consultor de
Planejamento do estado de São Paulo e na Emplasa. Esse peregrinar lhe custou
muito, mas sua volta representou um enorme esforço de muitos geógrafos,
destacando-se Armen Mamigonian, Maria do Carmo Galvão, Bertha Becker e Maria
Adélia de Souza. Quanto ao seu regresso, Milton tinha um grande papel nas
mudanças estruturais do ensino e da pesquisa em Geografia no Brasil.
Após seu regresso ao Brasil, lecionou
na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) até 1983. Em 1984 foi
contratado como professor titular pelo Departamento de Geografia da
Universidade de São Paulo (USP), onde permaneceu mesmo após sua aposentadoria. Também
lecionou geografia na Universidade Católica de Salvador.
Embora pouco conhecido fora do meio
acadêmico, Santos alcançou reconhecimento fora do país, tendo recebido, em
1994, o Prêmio Vautrin Lud (conferido por universidades de 50 países).
• Sua obra O espaço dividido, de 1979,
é hoje considerado um clássico mundial, onde desenvolve uma teoria sobre o
desenvolvimento urbano nos países subdesenvolvidos
• Suas idéias de globalização,
esboçadas antes que este conceito ganhasse o mundo, advertia para a
possibilidade de gerar o fim da cultura, da produção original do conhecimento -
conceitos depois desenvolvidos por outros. Por uma Outra Globalização, livro
escrito por Milton Santos dois anos antes de morrer, é referência hoje em
cursos de graduação e pós-graduação em universidades brasileiras. Traz uma
abordagem crítica sobre o processo perverso de globalização atual na lógica do
capital, apresentado como um pensamento único. Na visão dele, esse processo, da
forma como está configurado, transforma o consumo em ideologia de vida, fazendo
de cidadãos meros consumidores, massifica e padroniza a cultura e concentra a
riqueza nas mãos de poucos.
A obra de Milton Santos é inovadora e
grandiosa ao abordar o conceito de espaço. De território onde todos se
encontram o espaço, com as novas tecnologias, adquiriu novas características
para se tornar um "conjunto indissociável de sistemas de objetos e
sistemas de ações". As velhas noções de centro e periferia já não se
aplicam, pois o centro poderá estar situado a milhares de quilômetros de
distância e a periferia poderá abranger o planeta inteiro. Daí a correlação
entre espaço e globalização, que sempre foi perseguida pelos detentores do
poder político e econômico, mas só se tornou possível com o progresso
tecnológico. Para contrapor-se à realidade de um mundo movido por forças poderosas
e cegas, impõe-se, para Santos, a força do lugar, que, por sua dimensão humana,
anularia os efeitos perversos da globalização. Estas idéias são expostas
principalmente em sua obra A Natureza do Espaço
3- Conexão Roberto
D'Avila
Conexão Roberto D'Avila é um programa
de entrevistas exibido semanalmente pela TV Brasil, atingindo todo o território
nacional. No programa, o jornalista Roberto D'Ávila entrevista um grande nome,
nacional ou internacional, trazendo para o telespectador o seu pensamento e sua
história. O programa é um importante instrumento de formação da memória viva
das mais importantes personalidades de nosso tempo.
Meio ambiente e
sustentabilidade
Entrevistas com Marina
Silva, Sérgio Besserman e Washington Novaes
Em junho deste ano, será realizada a
Rio+20, que marca o vigésimo aniversário da Conferência das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92.
A ex-ministra e ex-senadora Mariana
Silva, que deixou o Partido Verde por discordar da linha política da legenda,
lembra que o evento vai revalidar e ampliar o protocolo assinado pelos países
há 20 anos. Ela ainda comenta sobre a distância entre os governantes e a
população no quesito ambiente.
Já o economista Sérgio Besserman
lembrou os graves problemas advindos com o aquecimento global e os desafios que
isso impõe ao futuro, além do papel da energia nuclear nos dias de hoje.
E o jornalista Washington Novaes focou
o caos urbano, a superpopulação, o inchaço das cidades e fez uma comparação
entre o cotidiano do cidadão urbano com o dia a dia dos índios do Xingu.
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